domingo, 16 de janeiro de 2011

Garçons por uma noite - Parte 2

De fato a nossa amizade foi um fator positivo durante o teste. Quando trocávamos as funções, passávamos instruções e dicas uns para os outros.

Logo de cara, a mesa que estava reservada ficou cheia, com 10 australianos sedentos por álcool. Em seguida a casa já estava lotada, com aproximadamente 50 clientes para atendermos. Dessa maneira não foi difícil perceber que ser garçom é um grande desafio, principalmente quando não se conhece os nomes das pizzas e bebidas, tampouco a maneira como são feitas e qual copo deve ser usado para cada drink. Quando os clientes pediam algo, tínhamos de ter certeza do que estavam querendo para não entregar o pedido errado. O sotaque australiano e os nomes estranhos dos pratos e bebidas não ajudavam em nada. Caso perguntassem algo mais complexo, como de que era feita cada pizza, tínhamos de arranjar alguma maneira de nos desdobrar. Aprendemos o valor de uma pessoa educada, bem-humorada e, acima de tudo, paciente.


Depois de duas horas de trabalho e já bastante suados (dessa vez em função da correria equilibrando bandejas cheias e pilhas de pratos nos braços), Cláudio achou que contar com três garçons era demais. Ele agradeceu a presença do Nick e falou que ele já podia voltar para casa. Achamos ruim por ele ter perdido a vaga e por termos um parceiro de aprendizado a menos tão cedo. Tive de me virar sozinho lá atrás, anotando os pedidos, preparando os drinks e servindo os clientes, enquanto o Murillo atendia as famílias que chegavam e as que ocupavam as mesas da frente.

Parte dos fundos da Cortile Pizza
Por volta das 23h, estávamos exaustos. Não havíamos comido nem bebido nada desde o almoço. Ainda servíamos vinhos, cervejas, vodkas, águas, whiskies, refrigerantes, misturas disso tudo e também queimávamos nossos dedos com as pizzas recém saídas do forno. Já não aguentávamos mais segurar tantas pizzas e preparar drinks de tudo quanto é tipo sem poder comer ou beber em instante algum. 

Sequer sabíamos quanto eles oferececeriam a quem conquistasses a vaga, mas tínhamos certeza de que a remuneração deveria ser à altura do esforço ao qual o vencedor iria se submeter. Apesar de tudo, pedíamos que nos passassem novas funções, sempre tentando aparentar que tudo estava sob controle. Agíamos como se a nossa disposição estivesse longe de chegar ao fim. Seguimos assim até que os clientes começaram a pagar as contas e a se despedir. Estava acabando a noite, o nosso serviço e também as cantadas dOs clientes. Sem problema. Secaríamos mais algumas louças e descobriríamos quem seria o escolhido. Ou não.

- Vocês podem deixar que eu termino de organizar os copos. Amanhã virá uma garota que também está concorrendo à vaga. Depois de vê-la trabalhando, escolho o melhor dos três e ligo para o novo garçom na segunda-feira. Muito obrigado por virem - Cláudio se despediu.

Com a fome e a sede, estavam a exaustão e a dúvida. Quem seria o escolhido e qual seria o salário oferecido? Descobriríamos na segunda-feira. Ou não.

Um comentário:

  1. mandaram embora logo o q mais se endentificava com o lugar ... o lugar g@Y ... ainda axo q o alemao levaria vantagem sobre o dani e o murilo, pelo fato de ter afinidade com o publico

    :**

    :)))

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