segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Adrenalina em Palm Beach

Dispostos a apoveitar um domingo inteiro de folga, decidimos conhecer um local diferente. Tínhamos tempo. Fomos a última praia da costa norte de Sydney e uma das mais belas da cidade, Palm Beach. 

Pegamos um trem e dois ônibus para chegar ao balneário, que fica a 41km da city. Apenas Dudi não pôde estar presente. No caminho, percorremos pedaços da costa e observamos algumas das praias que nos faziam querer descer do ônibus. No entanto, o destino da vez era Palm Beach. Combinamos de um dia voltar para conhecê-las. Após subidas íngrimes e curvas acentuadas, chegamos a Palm Beach.

Caminho entre Artarmon e o extremo norte de Sydney
Visão aérea de Palm Beach (faixa de areia à esquerda). Sydney ao fundo.











    





 
Não havia muita gente na praia, talvez ela apenas não seja uma das mais frequentadas pela sua distância da cidade. A beleza, no entanto, faz valer o deslocamento. Como a maior parte das praias daqui, Palm Beach forma uma baía. As duas pontas da faixa de areia acabam em morros com formação rochosa. Foi nas pedras que encontramos a maior diversão do dia. 

Palm Beach ao norte e ao sul
De longe havíamos visto dois caras, visivelmente nativos, pulando de cima das rochas para a água. Ficamos animados e resolvemos nos aproximar do local, estavam na última pedra, quase em alto mar. Observamos os saltos de perto e perguntamos sobre a profundidade.

- Não tem perigo, é só esperar uma onda se aproximar e saltar para longe das pedras - afirmou um dos australianos antes de saltar de costas dando duas piruetas de maneira profissional e mergulhando na água azul-esverdeada quatro metros e meio abaixo de nossos pés.

Em seguida, ele reapareceria subindo em uma grande pedra que ficava dentro da água.

- Viram? Não tem erro. Basta esperar a onda chegar - incentivou, repetindo a instrução.

Nos olhamos sentindo uma mistura de excitação e dúvida como que perguntando um para o outro "vamos?". Aqueles caras eram moradores locais, conheciam os limites do fundo do mar e já tinham desenvolvido a habilidade necessária para fazer aqueles movimentos arrojados no ar. Alguns de nós estavam quase desistindo, cogitavam ficar apenas olhando. Talvez fosse melhor não arriscar, vai que um de nós batesse em uma rocha submersa!

- Eu vou antes! - decidi tomar a iniciativa primeiro, já me posicionando na ponta da rocha umidecida. Algúem havia de tomar coragem e se aventurar. Evitei pensar em todos os riscos que estaria correndo. A adrenalina corria em minhas veias quando saltei como que automaticamente.


Depois do meu salto, emergi e vi os guris a me olharem lá no alto com um ar de apreensão. Sorri. A minha expressão foi o sinal verde. Eles ficaram entusiasmados e pularam em sequência.
 

Variávamos as posições dos saltos, só não ousávamos tentar imitar as acrobacias dos australianos. Ir direto de cabeça, então, nem pensar! A temperatura do mar estava ideal. A cor da água não era menos atraente. Estávamos saltando em meio às rochas do mar profundo e paradisíaco. Sentíamo-nos como homens sem limites, prontos para qualquer aventura.

Vinte minutos depois, uma família chegou à ponta das rochas. Marido e mulher, de meia idade, estavam visivelmente acima do peso. Traziam o filho, de uns seis anos, e uma garotinha pouco mais jovem, talvez com cinco anos. Estávamos na água enquanto eles nos olhavam lá embaixo e se perguntavam como havíamos descido. Subi novamente nas pedras e repeti o salto mais bacana que eu havia feito até então para demonstrar toda a minha valentia. Eu era um herói para aquelas crianças. Os pais deviam estar pensando se seus filhos, quando mais velhos, conseguiriam ser iguais a mim, destemidos. Mergulhei com vigor, levantando toda a água do oceano. Poderia ter causado um tsunami. Quando voltei à superfície e me juntei aos guris, vi o garoto com o sorriso no rosto. Foi quando percebi que ele já estava sem camiseta, prestes a pular do mesmo lugar que eu. Saltou sem titubear. Seus pais e até mesmo a irmã, de cinco anos, o imitariam naturalmente, como se estivessem brincando em um escorregador. 

Talvez a nossa aventura não fosse tão arriscada como havíamos pensado. O que fora um desafio para nós parecia algo banal para aquelas crianças que sequer deviam saber escrever seus nomes. Observávamos a alegria delas e a facilidade com que saltavam. Nos sentíamos levemente babacas pelo temor por que havíamos passado. Contudo, não deixamos de pular. Voltávamos ao topo e saltávamos revezando com a família. Já estávamos rindo ao lembrar das nossas caras de medrosos. A chegada deles não tirou a graça daquela brincadeira. Estávamos nos divertindo demais, tanto quanto crianças de cinco anos.

7 comentários:

  1. Oh Gurizada..vcs se cuidem com esse negócio de saltar...e esperar onda do mar...confesso que fiquei arrepiado...bjs...Carlos (pai do Nick Maluco)...

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  2. Anônimo disse...
    O lugar é lindo, mas prá mostrar valentia não precisa se arriscar tanto, confesso que fiquei preocupada com esta aventura de mau gosto.
    Cuidem-se! Procurem outras formas de se excitar. Beijos da Shirlei.

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  3. É REALMENTE DÁ UM POUCO DE MEDO, TENHO QUE CONCORDAR COM OS DEMAIS, MAS QUEM DISSE QUE QUANDO EU CHEGAR AI NÃO VOU QUERER PULAR DO MESMO LUGAR???RSRS É MENINOS PROCUREM OUTRAS FORMAS DE SE EXCITAREM, O QUE NÃO FALTA POR ESSAS BANDAS AI. RR

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  4. Oi meninos, sou amiga da Shirlei e pelos comentário resolví dar uma espiadinha no blog para ver o que vcs estão aprontando por aí...Achei essa aventura muito perigosa, e concordo com os comentários deixados, acho que deveríam procurar ooouuutttraasss formas de RELAXAR!!!... BJ APROVEITEM COM JUÍZO - POLYANA

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  5. Essa altura tá mais é pra criancinha pular... depois deixo o link de um penhasco não muito distante da moradia de vocês no qual se praticam diversos esportes radicais a preços mais do que acessíveis, lá sim dá pra sentir O barato!
    Abraço

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  6. Noooossa, me deu vontade de sair correndo praí e me tornar um ser super praiano, haha.
    Até quando tu fica aí?
    Ah, amei o blog, tá muito bem escrito, elaborado e tal. Sério, demais.
    Beijos coleguinha.

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  7. Oi, Ingrid!
    O meu visto acaba no meio do ano, resta saber se decido por ficar mais ou não..
    Que bom que gostou do blog! Segue lendo!

    Beeijo

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