quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Viagem pela costa - parte 4 - A parada no backpacker de Noosa

Noosa seria uma parada rápida em nossa viagem. Não seria um dos destinos principais; o tempo era insuficiente para conhecer tudo o que há por lá. A expectativa era de ter descanso durante uma noite após tanto agito na primeira metade da viagem.

A cidade lembra Byron Bay pelo seu tamanho, pela praia e pela ausência de prédios ou grandes construções. É, porém, lugar mais sofisticado, enquanto Byron se mostra mais rústico. Também parada dos mochileiros, predominantemente europeus, Noosa é muito frequentada por jovens e, bem como nosso primeiro destino, tem algumas baladas. Não esperávamos sair à noite, mas foi inevitável quando conhecemos um grupo de gurias, três alemãs e duas holandesas.

Essa é a grande vantagem de estar em backpackers, a possibilidade de conhecer gente nova. A galera que escolhe esse tipo de hospedagem tem um perfil em comum, se interessa por conhecer gente nova, compartilhar experiências e não tem preconceito. Não é à toa que os backpackers normalmente tem banheiros e cozinhas comunitários, além de áreas de jogos. As refeições promocionais e atividades ajudam a promover a integração. Chama a atenção a cultura de ignorar a diferença dos sexos. Homens e mulheres que jamais se viram anteriormente circulam no interior dos mesmos dormitórios e banheiros.

Não há formalidade alguma num ambiente desses. As mulheres não se importam e andam do banheiro ao quarto envoltas apenas pelas toalhas. Os homens fazem barba na mesma pia em que elas escovam os dentes. Havíamos passado pelo quarto das cinco e, naturalmente, entramos e nos sentimos à vontade. Estavam sentadas no chão jogando cartas e tomando copos de vinho a cada rodada perdida. Acompanhávamos a partida em meio às apresentações. Em seguida, já tocávamos violão e cantávamos todos juntos. De lá, fomos ao bar do hostel que serviria os jantares promocionais. Havia música ao vivo de uma dupla entrosada e com ótimo repertório, que ia de country a Coldplay. Logo mais, um segurança conferindo identidades de quem entrasse. Havia fila para entrar, a música já era eletrônica e muita gente dançava na pista. Quando percebemos, estávamos dentro de uma balada. Acabaria cedo e todos iriam juntos a uma boate com vans disponibilizadas pelo hostel.

Esquecemos da possibilidade de descansar. A noite acabou tarde. Voltamos ao quarto molhados após um banho de piscina pós festa. Não fosse o clima do hostel e às possibilidades de se aproximar dos outros mochileiros, seria uma noite sem grades lembranças. O ambiente em que passamos aquela noite, as alemãs, as holandesas e os momentos que vivemos em Noosa marcaram. Não havia sido apenas uma parada naquela pequena cidade. Teríamos o resto da noite de sono antes de partir para a natureza incrível de Fraser Island.

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