sábado, 10 de setembro de 2011

Nova casa, novas companhias

Há cerca de um mês, mudei novamente de casa. Sabia que seria algo definitivo, a quarta e última casa desde janeiro. Eu voltaria a morar com Nick, o único remanescente do grupo inicial. Lá ficaríamos até o retorno ao Brasil. Teríamos a presença de João, grande companheiro e colega de trabalho. Nós seríamos o trio que viveria as histórias durante o restante do ano. E a casa seria o novo ponto de encontro de todo o grupo. Conseguimos o quarto mais legal em que já havíamos entrado. Teríamos o sótão somente para nós, com o teto inclinado e uma pia peculiarmente instalada ao lado da cama, além de um beliche e de uma disputada cama de casal. Não foi difícil nos sentirmos tão bem no quarto quanto nos nossos do Brasil.

Como se não bastasse a comodidade de nos sentirmos em casa, formamos uma família com os flatmates. No nosso segundo dia, participamos da festa de despedida da francesa que morava no quarto de baixo. Lamentávamos a ausência que ela faria. Ela deixaria vaga para novos moradores. No outro quarto, já morava um casal alemão com quem logo teríamos um contato bastante próximo, Patrick e a angelical (se é que existe uma palavra que possa defini-la por si só) Susan.


Dois dias após a saída da francesa Ga Elle, Leo, um dos responsáveis pela casa, bateu na porta de nosso quarto para apresentar-nos a duas americanas, Pamela e Kerri, primas que visitavam a casa a procura de acomodação. Provavelmente a curta e agradável conversa que tivemos naquela ocasião, combinada com o ambiente acolhedor da casa, foi determinante para a decisão delas, que, no dia seguinte, traziam suas malas para o quarto de baixo. Casa preenchida. Não demorou para que todos se conhecessem melhor e se tornassem amigos.


Quando vivemos cercados por pessoas de quem gostamos, nossa vida fica muito mais agradável. Eu, Nick, João, Patrick, Susan, Pamela e Kerri criamos uma conexão e acabamos formando uma família. Sempre há alguém presente para dividir a sensação de ressaca quando descemos as escadas para tomar café da manhã às duas da tarde. Sempre há alguém disposto a conversar sobre seus trabalhos e saudades ou mesmo sobre temas como eutanásia, política internacional e nazismo até o meio da madrugada. Sempre há alguém querendo companhia para passar uma tarde no parque ou para organizar uma festa com a casa de trás. Sempre há alguém de pijama que se anima, à uma hora da madrugada, e topa trocar de roupa para sair, mesmo depois de um dia inteiro de trabalho. Por mais que todos trabalhem e tenham suas ocupações, não há momento em que não se encontre uma ou sete boas companhias dentro dessa casa. O grupo aumenta à noite, quando colegas e amigos se juntam por aqui após o trabalho. Definitivamente, não seremos apenas três vivendo todas as histórias destes últimos meses.

3 comentários:

  1. Daniel, primeiramente gostaria de parabenizá-lo pelo blog!! Escreve muito bem!!

    Conheci o blog quinta-feira se não me engano e comecei a ler desde o começo, leitura muito gostosa, parecia estar lendo um livro, querendo sempre saber oq aconteceria no próximo capítulo, parecendo já fazer parte da história e conhecendo os ''personagens'', rs.

    Seu blog é muito legal para quem esta se preparando para enfrentar uma aventura como esta, vc deu dicas muito legais e falou de curiosidades que eu não fazia a menos ideia (Anotei todas).
    Já estou mega anciosa, procurando saber cada vez mais coisas sobre a Austrália e só vou ano que vem, nada fechado ainda, estou buscando informações para escolher a escola, mas da metade do ano não deve passar, já estou decidida. Sei exatamente o que desceveu neste post, pois no meu caso, que ainda vou, fico imaginado mil coisas de como será tudo, anciosa, com medo, e ao mesmo tempo já sentindo saudades daqui antecipadamente, rs. É engraçado, talvez até besta, mas começei a dar valor a pequenas coisas que sei que sentirei imensas saudades quando estiver ai. Aproveite muuito! Viva intensamente, como vejo que já vem fazendo! ;)

    Vi que deixou aberto seu e-mail para dúvida e gostaria de conversar um pouco contigo, pode ser?!

    bjos

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  2. Ops, os comentários sobre saudade na verdade estão no ''A reta final''
    =)

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  3. Bianca, obrigado pelo comentário! A saudade realmente é algo que bate bem forte mesmo! Fica à vontade para mandar e-mail. No que puder sempre tento ajudar! Beijos

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